Bombas, caça níqueis e aviões. Enquanto isso...

No lixo, entre porcos e urubus muita gente tenta sobreviver.
O odor, a sujeira e milhares de moscas ao redor não impedem que essas pessoas continuem lá.
Com cinco filhos e o marido desempregado, Maria – que aparenta bem mais que seus 35 anos – sobrevive do que arrecada nos rejeitos. "Quando vem um pãozinho embalado e eu vejo que não está estragado, dou para as crianças", diz.

Solange, 50 anos com sete filhos e grávida do oitavo, arrecada cerca de R$ 50 por semana, renda completada com o salário de motorista do marido. Solange não se lembra em quem votou nas últimas eleições para presidente. Questionada se foi ou não no presidente Lula, diz: "Acho que talvez tenha sido nesse aí. Mas até agora acho que não mudou muita coisa, não é?".

O contato direto com o lixo e bichos como porcos e urubus, além das moscas, reflete-se na pele das crianças e das mães, cobertas por micoses e feridas. "Isso é normal, não é nada demais, não. O importante é que as crianças têm saúde", diz Solange, uma das moradoras que consegue manter os filhos na escola.

A costureira Mônica Valéria, 38, é uma das voluntárias que se mobilizam anualmente para juntar cestas na ONG Ação da Cidadania e levá-las para os moradores do lixão. "O problema é que nunca é suficiente. Eu dou prioridade aos que vivem por aqui. Quando acaba, as pessoas choram, mostram os filhos com fome. A gente se sente um nada", lamenta. Amanhã ela e a tia distribuirão insuficientes 160 cestas no lixão.

Será que podemos fazer alguma coisa?
.
.
.
Deixe seu comentário!!!