sábado, 29 de setembro de 2007

Amor...


Sempre acho que sei pouco sobre este assunto, mas vou dizer o que penso.
Homens e mulheres estão submersos num mar cultural que ''conta'' pra eles o que é o amor, como deve ser vivido, quais os limites que devem existir, etc.
Como tudo o que sabemos, foi aprendido com os que vieram antes da gente.
Aí começa a complicação. A mídia tem uma força muito grande sobre as pessoas, e hoje, a mídia está no auge da propaganda do descartável, do "deu trabalho, não agradou, joga fora".
Mas quando se trata de humanos isto nem sempre é a melhor alternativa.
Normalmente entramos num relacionamento carregando as nossas expectativas, queremos que a pessoa seja assim, assado, do jeito que seria bom pra gente que fosse. Mas a outra pessoa só é o que ela consegue ser. E somos todos falhos, capengas, meio burros, meio inteligentes, meio cegos.
O outro também vem com as expectativas dele e coloca sobre o que somos, e fica esperando que a gente se transforme no que ele queria que fôssemos, e de novo, somos só o que sabemos ser.
Daí que a gente se apaixona, metade pelo que sabemos, metade pelo que pensamos que sabemos, mas é apenas desejos nossos sobre o outro.
Podemos ser só o que realmente somos quando aprendemos a aceitar que o outro é só o que ele consegue. Não nasceu para satisfazer as minhas expectativas. É um jeito de amar que dura para sempre porque se desvincula da paixão, que nos enlouquece com ciúmes, medos, perdas e ganhos. No amor maduro, não há nada disto porque sabemos que o sentimento que temos pelo outro é uma produção nossa, não importa mais o que ele é, o que ele faça, o que ele sinta ou deixe de sentir, o nosso sentimento permanece.
Gostamos da pessoa e pronto ! Como se gosta dos filhos, dos amigos, dos irmãos, mas com o prazer do namoro na relação.
O ser humano é retrato da cultura onde está inserido. Nossa cultura é capitalista, produção e consumo, lucros ! Daí, hoje, tende-se a ver a relação amorosa da mesma forma: Lucros, ganhos, resultados. Como se o coração fosse uma empresa...A nossa sorte é que a natureza é mais forte que a burrice humana...e o sentimento vem, invade e fim ! Nos apaixonamos mesmo contra todas as regras...É uma delícia, mas não garante amor. Paixão é paixão, dá e passa...Amor é filho da paíxão...as vezes abortado brutalmente...as vezes, nasce, cresce e fica grandão, adulto, maduro e gera novos amores...
Não sei se te ajuda ou te confunde mais isto que eu estou escrevendo...Mas é isto que eu diria pra vc, se estivesse aqui.
Ame, mas ame simplesmente porque isto te faz feliz, esqueça os lucros, as exigências, as suas expectativas, o que vc gostaria que fosse...ame simplesmente porque é bom, porque faz a gente feliz...e não se torne dono do ser amado, deixe-o livre...Deixe ele saber que pode amar vc sem medos, porque ele não precisa chegar em lugar algum pra ser amado, apenas sendo o que é, te faz feliz...Ame alguém por vc mesma, para ser feliz...Não responsabilize o outro pelo que vc possa sentir, lembre-se de que é VC quem está sentindo, o outro é só ator coadjuvante de uma história que nós escrevemos...nasce em nós o sentimento...o outro, só recebe, só compartilha, não tem o poder de criar nada em nós. Nós criamos, é nosso o que sentimos, a nós pertence e somos nós que temos que dar conta.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

ESTAMOS COM FOME DE AMOR!!!




Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos “personal dance”, incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão “apenas” dormirem abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a “sentir”, só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: “Quero um amor pra vida toda!”, “Eu sou pra casar!” até a desesperançada “Nasci pra ser sozinho!” Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis. Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente!
Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, “pague mico”, saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra serfeliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois. Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, praquê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: “vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida”.
Antes idiota que infeliz!
Arnaldo Jabor